O que realmente seria a "Ceia do Senhor"?
Todos sabem que a Ceia que é realizada hoje em dia não se parece com o Ágape do NT (Novo Testamento), mesmo que sempre se leia 1 Coríntios 11 na "celebração". É tão automático que eu comentava com um jovem um dia desses sobre isso, e ele não tinha percebido vários detalhes no texto, mesmo já tendo lido centenas de vezes desde criança.
É certo que apenas "ministros ordenados" ou no mínimo diáconos a realizem?
Não é "mais bíblico" que em uma reunião, onde quer que seja, qualquer discípulo de Jesus possa "dirigir" esse momento sem regras, aparências e cerimônias?
De fato, não existe "celebração da ceia" no NT. Em Corinto, por exemplo, eles traziam muita comida para o encontro e neste encontro, enquanto comiam eles partiam o pão e bebiam o copo, a caneca, o utensílio que fosse, de vinho. Não bebiam vinho de um cálice ou um copinho minúsculo e nem comiam um pedacinho de pão.
É muito difícil compreender estas coisas e perceber a diferença entre a narrativa do apóstolo Paulo do que praticamos hoje. Na prática estamos acostumados com um ato litúrgico, uma redução do que as Escrituras narram, embora possamos repetir o significado. É mesmo assim, estamos longe de ser e fazer o que os crentes faziam no NT. Senão, vejamos!
Quando Jesus tomou o vinho e partiu o pão eles não estavam em um culto, mas comendo a páscoa, que era basicamente uma refeição especial.
“E, no primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, chegaram os discípulos junto de Jesus, dizendo: Onde queres que preparemos a comida da Páscoa?” Mateus 26:17
“Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, e, abençoando- o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo.” Mateus 26:26
“Semelhantemente também, depois de cear, tomou o "cálice?" (De fato, o utensílio que já estava sendo usado para beberem o vinho), dizendo: Este "cálice" é o Novo Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha.” 1Coríntios 11:25-26
Quando lemos nesta versão a palavra "cálice" estamos condicionados a pensar que era um cálice mesmo, um copinho nem pequeno!
Ora, não comiam os discípulos pão e não bebiam vinho todos os dias como era comum entre eles? Não eram o pão e o vinho os seus alimentos mais básicos como é o arroz e o feijão para os brasileiros?
Na Páscoa as ervas amargas representam todos os primeiros frutos que brotam do solo após o inverno. Uma promessa que a morte do cordeiro traz nova vida. E são amargas para representar a dor amarga, como dores de parto e o sofrimento da morte que traz nova vida.
Na Páscoa o pão sem fermento representa o pão sem pecado. Jesus é o nosso Cordeiro pascal.
“O orgulho de vocês não é bom. Vocês não sabem que um pouco de fermento faz toda a massa ficar fermentada?
Livrem-se do fermento velho, para que sejam massa nova e sem fermento, como realmente são. Pois Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado.
Por isso, celebremos a festa, não com o fermento velho nem com o fermento da maldade e da perversidade, mas com os pães sem fermento, os pães da sinceridade e da verdade.
(Celebrar a festa não se refere a celebrar a Ceia, mas figurativamente a Páscoa, já que Jesus é o Cordeiro Pascal!)
Já disse por carta que vocês não devem associar-se com pessoas imorais. Com isso não me refiro aos imorais deste mundo nem aos avarentos, aos ladrões ou aos idólatras. Se assim fosse, vocês precisariam sair deste mundo. Mas agora estou escrevendo que não devem associar-se com qualquer que, dizendo-se irmão, seja imoral, avarento, idólatra, caluniador, alcoólatra ou ladrão. Com tais pessoas vocês nem devem comer.” 1 Coríntios 5:6-11
Jesus instruiu aos Seus discípulos a lembrar a Sua morte e proclamar a Sua vinda todas as vezes que se reunissem, depois que ceassem, depois que comessem pão, e bebessem vinho, partissem o pão de modo especial e bebessem o vinho também de modo especial, e lembrassem que isso era seu sangue e seu corpo! Ou seja, Jesus instruiu, que fizessem isto todas as vezes que comessem pão e bebessem vinho em casa, com os amigos, em igreja e não num evento especial.
Temos que tirar essa aura de "rito" da ceia e apreciar mais a comunhão em partilhar o pão e vinho.
A essência deste ato tem a ver com a vida, a alegria, a comunhão, com o fato de serem um. Comer pão juntos é festa, todos os dias, ao invés de lamento, porque tudo se consuma em Jesus. Tudo o que falamos ou fazemos, falamos e fazemos por Ele.
Em Jerusalém e em outras cidades os discípulos se reuniam naturalmente de casa em casa, como naturalmente nos reunimos em nossas casas e com os outros de muitas maneiras. Em Jerusalém como não havia pastores ordenados, e se tivessem não seriam suficientes para estarem em todas as casas, eles mesmos, cada discípulo com outros discípulos, partiam o pão e bebiam o vinho, quando lembravam da morte do Senhor até que venha.
A convenção de que é o pastor evangélico que "celebra" a ceia é realmente uma cópia do "padre católico". Na igreja católica o padre e só ele oferece o sacramento da eucaristia e na igreja evangélica só o pastor pode "oficializar" a ceia. O pastor evangélico é a cópia do sacerdote católico não somente neste quesito, mas em muitos outros.
Na páscoa tradicional o povo de Israel celebrava comendo apressadamente os alimentos da festa, mas Jesus fez questão de assentar-se à mesa (no chão, deveria dizer) com seus discípulos, pois quando comemos "à mesa", comemos olhando nos olhos uns dos outros. Comunhão mesmo, para valer, e não uma encenação, e não praticando um ato religioso, dirigido por uma só pessoa.
Sabemos que há uma discussão sobre reunir-se de casa em casa que "igrejas celulares" afirmam ser descendentes do modo como era no primeiro século. Eles não se reuniam de casa em casa neste sentido, eles viviam em casas e uns com os outros se reuniam nas casas. Não era um programa especial, um projeto, um modelo a ser copiado. E hoje se discute um programa de algumas "igrejas" que "permita" que "pessoas comuns" realizem "a Santa Ceia" em casas, sem um pastor ordenado. A Igreja é uma só no decorrer dos tempos. A Igreja é a mesma em toda a história e não tem descendentes. A Ceia, não é a santa, porque todas as ceias, almoços e jantares, dos discípulos são santos.
A discussão de que somente um pastor ou pastora ordenada podem oficializar a Ceia não é pertinente à Igreja de Deus. Não existe "ordenação pastoral" nem de homens nem de mulheres no NT. Não existem no NT estas figuras de apóstolo, evangelista e pastor como conhecemos hoje.
Alguns me intitulam de "Apóstolo Josimar" ou "Pastor Josimar" e já fui intitulado também de "evangelista Josimar". Neste contexto apóstolo, ou pastor ou evangelista é um título. Eu não sou apóstolo. Eu não posso ser a função ou o ministério (serviço) que exerço. Eu não sou pastor. Eu sou Josimar, filho de Deus, discípulo de Jesus. Sim, posso "estar" apóstolo, mas esta não é minha identidade. Aliás, posso "ser" um apóstolo para você e não "ser" para outros. Alguém me recebe na qualidade que ele quer me receber. Sou pastor enquanto sirvo na Igreja. Entenda igreja como pessoas e não como um prédio, ou quando estamos em um culto. Sozinho, isolado, eu não sou pastor. Chamam-me de pastor na escola, na rádio, no mercado, mas não "sou" pastor fora da igreja. Nem como "pastor" de uma "igreja" e você "de outra". Neste sentido, esta é uma figura estranha ao Novo Testamento.
Jesus causou um tumulto quando disse as palavras seguintes!
“Eu sou o pão da vida. Os seus antepassados comeram o maná no deserto, mas morreram. Todavia, aqui está o pão que desce do céu, para que não morra quem dele comer.
Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer deste pão, viverá para sempre.
Este pão é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo”.
Então os judeus começaram a discutir exaltadamente entre si: “Como pode este homem nos oferecer a sua carne para comermos?”
Jesus lhes disse: “Eu digo a verdade: Se vocês não comerem a carne do Filho do homem e não beberem o seu sangue, não terão vida em si mesmos. Todo aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida. Todo aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.
Ao ouvirem isso, muitos dos seus discípulos disseram: “Dura é essa palavra. Quem pode suportá-la?”
Sabendo em seu íntimo que os seus discípulos estavam se queixando do que ouviram, Jesus lhes disse: “Isso os escandaliza?
O Espírito dá vida; a carne não produz nada que se aproveite. As palavras que eu disse são Espirito e Vida. Contudo, há alguns de vocês que não creem”.
Jesus perguntou aos Doze: “Vocês também não querem se retirar?”
Simão Pedro lhe respondeu: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus”.” João 6:48-56, 60-61, 63-64, 67-69
Tudo está relacionado com uma coisa só! Com o que você bebe e o que você come! Há uma só razão! Jesus disse: "Coma-me!" Porque você se torna o que você come!
Leia isto:
“Naquela mesma noite comerão a carne assada no fogo, com ervas amargas e pão sem fermento. Não comam a carne crua, nem cozida em água, mas assada no fogo: cabeça, pernas e vísceras. Não deixem sobrar nada até pela manhã; caso isso aconteça, queimem o que restar. Ao comerem, estejam prontos para sair: cinto no lugar, sandálias nos pés e cajado na mão. Comam apressadamente. Esta é a Páscoa do Senhor.” Êxodo 12:8-11
Coma assada no fogo: cabeça, pernas e vísceras! Os órgãos internos? Tudo?
Então você poderá falar, ver, pensar como Jesus, digerir a Palavra como Jesus, andar como Jesus!
Realmente vivemos em uma igreja metodológica nos dias de hoje que não agrega, mas separa, por não aprofundar no verdadeiro conhecimento de Jesus: o Amor! Com estes ensinos, em ler coisas tão lindas e edificadoras, nos sentimos mais leves. Porque a falta de entendimento verdadeiro da Palavra nos mantém em um aprisionamento a algumas "verdades outrora evangelizadas" que nos trouxerem mesmo foi um peso muito grande e não um fardo leve que Jesus pregou e nos ensinou com tanta clareza e suavidade.
A Páscoa era celebrada uma vez por ano. Jesus disse que em toda ceia que tem pão e vinho, todos os dias, podemos lembrar da morte Dele e proclamar a Sua vinda até Ele que venha. Ou seja, é só lembrar dele! Ou você acha que só vamos lembrar da morte de Jesus uma vez por mês?
Contribuíram:
Andrea Tolão
Cesar Aquino Bezerra
Filipe Simas Gouvêa
Josimar Salum
Marcos Sa
Peter Oliveira
Rosiane Lima
Tarcisio Lisboa
William Batista Santos